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ENVELHESCÊNCIA E O PROCESSO DO AUTOCONHECIMENTO




Rejane Barbosa da Fonseca Psicóloga (UNIFOR), Especialização em Recursos Humanos (Universidade Federal do Amazonas), Especialização em Gerontologia (ATENEU), Pós-graduanda em Psicologia Junguiana (UNICHRISTUS)

Farley Janusio Rebouças Valentim Psicólogo (UFC), Mestre em Psicologia (UFC), Orientador Acadêmico (UNICHRISTUS).

Isabelle Cerqueira Sousa Terapeuta Ocupacional (UNIFOR), Mestre em Educação Especial (UECE), Doutoranda em Saúde Coletiva (UNIFOR), Orientadora Metodológica (UNICHRISTUS).


RESUMO


A envelhescência é um período de muitas mudanças, físicas e psíquicas, assim como na adolescência, podendo ser vivenciada de diversas formas por cada pessoa, sendo influenciada pela sua história de vida e pelo contexto social. O objetivo desse artigo é propor reflexões sobre os processos psíquicos que ocorrem nessa fase do envelhecimento, como a metanoia, que levanta questionamentos internos e possíveis desordens de identidade psicológica, mas também indica promoção sobre o autoconhecimento e individuação. Sob a perspectiva junguiana observa-se a importância da integração do eixo puer-senex, que contém função vital para a maturidade, reconhecer os conflitos e deixar que se mobilizem, construirá expansão da consciência. O envelhecimento é apresentado como um período de mudança de foco, da realidade externa (persona) para um olhar mais aprofundado dos processos internos (self). Por fim, lidar com os conflitos que emergem nessa fase, flexibilizar a persona ao longo da vida e buscar autoconhecimento pode oportunizar mais uma etapa de transformação e desenvolvimento interior ao ser humano. Palavras-chave: Autoconhecimento. Envelhecimento. Psicoterapia. Autoaceitação. Individuação.


O termo “Envelhescência” é adotado por Manoel Berlink (1996) e compreende a fase de vida entre 45 a 65 anos de idade. Algo semelhante a adolescência ocorre também na envelhescência. É um momento de preparação para velhice, e como na adolescência, época de muitas mudanças, como aponta Manoel Berlink (1996) sobre os aspectos físicos que vão mudando, como a visão que não é mais a mesma, não se ouve tão bem, cabelos podem cair e o que permanece jovem é somente a alma que difere do seu envelope, o corpo. Quanto ao aspecto cognitivo, na envelhescência, ocorre dos esquecimentos serem mais frequentes e a perda da concentração, mas, em contrapartida, segundo Baltes (1990 apud NERI, 2006) sobre a Teoria SOC (seleção, otimização e compensação), ocorre nessa fase uma adaptação, o que ele nomeia de plasticidade comportamental, manejo e alocação de recursos internos e externos, no sentido de maximizar ganhos e minimizar perdas. Segundo NERI (2006) quando se percebe que ter menos tempo de vida, seleciona-se metas, parceiros e formas de interação, o que tornam as pessoas em processo de envelhecimento bem mais seletivas. Em relação ao aspecto psicológico, é uma etapa de possíveis abalos pois exige enfrentar situações como doenças, lidar com o envelhecimento dos pais, saída dos filhos de casa , a conhecida “síndrome do ninho vazio” e outros aspectos como: aposentadoria, início de perdas dos pais, parentes e amigos, sentimento de solidão, possíveis frustrações de não realização profissional, pessoal, conflitos internos do passado que podem vir à tona nessa fase da vida. O tempo que na adolescência pode parecer infinito, a envelhescência se deparará com um tempo esgotável. Contudo, pode ser um tempo de realizações de desejos antigos, novas possibilidades de aprendizagem e descobertas, de acordo com Monteiro (2012) sendo uma época de balanço da vida, com mudanças de rotas, trevas e luz que se alternam, promovendo a possibilidade do aumento da consciência e o resgate de desejos e sonhos. O termo “metanoia” é utilizado por Jung (1988), palavra que origina do grego “metanoien”, que significa “mudar de mente”, para explicar que o processo na meia idade, que implica na mudança da direção da energia do mundo externo, foco 3 no ego, para o mundo interno da pessoa, o que requer transformações na pessoa devido às dinâmicas intrapsíquicas. Na metanoia é comum ocorrer angústia, medo, conflitos internos que geram dores diante do confronto, ante a nova fase e em lidar com a finitude da vida. Um período que ocorre também, assim como na infância e na adolescência, um desenvolvimento da personalidade, uma importante mudança de identidade psicológica. O desenvolvimento psicológico ao longo da vida, segundo Jung (2011), compreende os ciclos de vida e sua adaptação as diversas fases da vida, que poderá reprimir o “self”, originando complexos e, possivelmente, intervindo nessa fase da vida de modo positivo ou negativo, o que pode favorecer ou não um envelhecer bem-sucedido. Será necessário ter a oportunidade de conhecer essa fase, fazer um “mergulho” interno, possibilitar a descoberta do “self”4 , e a compreensão de novos papéis (persona), a serem desempenhados na adaptação de novas metas estabelecidas. Sobre a individuação, Jung (1991, §431 p.83) diz que “o processo de individuação é, psiquicamente, um fenômeno-limite que necessita de condições especiais para se tornar consciente”. Conforme Stein (2006) ainda quanto a individuação, expõe que uma pessoa pode não ter integração do consciente e inconsciente, permanecer dividida, “internamente múltipla” e fracassar no processo de individuação. Tida como um momento de preparação para o envelhecimento, quais seriam as possibilidades nessa fase do envelhecer, permitir-se em um processo de autoconhecimento e individuação, de ressignificar a vida, seus afetos e elaborar questões psíquicas diante do passado, presente e futuro? Entender esse processo, enfrentar e lidar com questões que emergem ao longo da vida pode oportunizar uma fase de amadurecimento, sendo uma das ferramentas de apoio a psicoterapia, assim como participação em atividades, palestras e vivências em grupo sobre o tema, como forma de amenizar, algum sofrimento psíquico relacionado a fase e a possíveis problemas de doenças mentais como a depressão e ansiedade, tão frequentes nessa etapa da vida. 4 Arquétipo da totalidade. É o centro organizador da psiquê e tendência do ideal humano da autotransformação. Para Jung self é o mesmo que si mesmo. 4 Portanto, este artigo tem como objetivo despertar o interesse dos profissionais de saúde e das pessoas envelhescentes no aprofundamento dos aspectos psíquicos relacionados a esse período da vida, principalmente, sobre a importância do autoconhecimento, tendo em vista obter autoaceitação, autorrealização e consequentemente melhoria da qualidade de vida no envelhecimento. 2 MÉTODOS Trata-se de uma revisão bibliográfica com abordagem qualitativa, realizada no período de novembro de 2018 a maio de 2019 De acordo com autores Baltes (1990), Jung (2000), Stein (2006), Monteiro (2008/2012), revisão bibliográfica com abordagem qualitativa. Utilizando-se os descritores “Autoconhecimento”, “Envelhecimento”, “Metanoia”, “Puer-Senex”, “Individuação”, pesquisou-se na PEPSIC, SCIELO, GOOGLE ACADÊMICO, onde foram encontrados 05 artigos de acordo com o critério de inclusão. Como critério de inclusão elencou-se artigos em português com texto completo, disponível e publicados entre 2009 a 2019 Utilizou-se literatura impressa como Jung (2000-2011), Monteiro (2012), Lya Luft (2003). 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A envelhescência, assim como adolescência é um momento de transformação peculiar e que pode ser vivido de diversas formas, sendo único do indivíduo, conforme sua própria história pessoal. O escritor Mário Prata (2014) faz uma crônica sobre o tema, onde transmite de forma bem-humorada essa fase: ” ...- Os adolescentes mudam a voz. Nós, envelhescentes, também mudamos o nosso modo de falar, o nosso timbre. Os adolescentes querem falar mais rápido; os envelhescentes querem falar mais lentamente. - Os adolescentes vivem a sonhar com o futuro; os envelhescentes vivem a falar do passado. Bons tempos... - Os adolescentes não têm ideia do que vai acontecer com eles daqui a 20 anos. Os envelhescentes até evitam pensar nisso. 5 -Ninguém entende os adolescentes... Ninguém entende os envelhescentes... Ambos são irritadiços, se enervam com pouco. Acham que já sabem de tudo e não querem palpites nas suas vidas.” Com a chegada da meia idade é muito comum iniciar um processo de redimensão de valores, novos significados da vida podem surgir, dar mais atenção ao mundo interno passa a ser mais necessário que as demandas externas. O que antes era valorizado agora pode passar a ser secundário, segundo Monteiro (2012, p.18) “Na meia-idade como ponto de mutação pode-se deixar de lado atitudes, convicções, pessoas, objetos, carreiras etc., que não fazem mais parte de nossa verdade existencial”. A busca da autenticidade e fidelidade consigo mesmo vem à tona. Buscar um sentido para vida também se torna essencial. O ciclo heroico, onde a trajetória é buscar realizações materiais e de segurança passa por uma transformação, como disse Jung (2015, §604 p.109) “Mas o sentido da nossa vida não se esgota em nossas atividades comerciais, nem os anseios da alma humana são saciados pela conta bancária...”. Inicia-se o ciclo da sabedoria, onde a necessidade de modificar e passar por essa transição da própria vida poderá ser mais árdua para as pessoas que não conseguem lidar com essas mudanças, que tenham dificuldade em confrontar-se com seus processos intrapsíquicos. 3.1 Contextualização de Envelhescência e o processo do Autoconhecimento Segundo dados do IBGE (2018), sobre a projeção da população brasileira, o número de pessoas com mais de 65 anos alcançará 15% no ano de 2034 e a pesquisa ainda aponta que em 2039 o número de idosos superará o de crianças até 14 anos. Devido as melhores condições de vida, principalmente quando relacionadas às prevenções de doenças, que conta com os recursos da tecnologia utilizados, cada vez mais em prol da saúde física, a pessoa (envelhescente) se dá conta que terá mais anos pela frente em decorrência do aumento da expectativa de vida, um lugar, antes reservado aos mais jovens, surge no mundo. O mercado financeiro torna-se atrativo, impulsionando bens de consumo e o interesse capitalista valoriza o potencial de consumo do idoso. 6 Contudo, na sociedade contemporânea, há uma supervalorização de atributos a beleza, juventude, autonomia e produtividade, um apelo ao consumo e da estetização da vida, o que acaba contribuindo para que haja uma conotação negativa em relação ao envelhecimento Conforme Scheinder e Irigaray (2008). As representações sociais rodeiam o contexto social sobre o que é envelhecimento. Mitos e crenças que permeiam essa fase do envelhecer, caracterizados por conteúdos tais como: “não serve para nada, inutilidade, não tem mais idade pra isso” etc. são ainda muito típicos da nossa sociedade. O próprio idoso chega à maturidade carregado de preconceitos acerca do processo de envelhecimento, internalizados desde seu nascimento, o que pode significar ameaça à sua autoestima e aceitação de si mesmo. Segundo Moreira e Nogueira (2008) no tocante ao estigma referente ao envelhecimento, surgem expectativas e exigências que se apresentam de modo severo aos sujeitos. Como lidar de forma saudável com o processo de envelhecimento, sendo a pessoa constituída no seu meio social, sofrendo as pressões para adoção de uma padronização comportamental? A experiência de envelhecer assemelha-se a uma luta constante na qual a pessoa de meia idade busca a aceitação de si mesmo, deparando-se com a dificuldade de vivenciar o envelhecimento como percurso natural da vida. Nas sociedades atuais, caracteristicamente individualistas e narcisistas, a velhice é excluída e desvalorizada (MOREIRA, NOGUEIRA, 2008). A representação do envelhecimento tem uma associação forte à debilidade física e à perda de papéis sociais. A pessoa de mais idade tem sua identidade dependente e vinculada a perdas. São os estereótipos que produzem um forte efeito negativo na vida dos mais velhos. A constante repetição acrítica dessas ideias se torna perigosa, na medida em que pode ditar comportamentos sociais, se mantém esse tipo de conduta. Contudo, o conhecimento científico que foi acumulado até o momento, como pontua Lima, Silva e Gualhardoni (2008) revela outra perspectiva sobre o envelhecer que não é sinônimo de doença ou inatividade apesar das crenças negativas sobre a velhice. Na literatura gerontológica, envelhecer é considerado um evento progressivo e multifatorial, e a velhice como experiência potencialmente bem-sucedida, porém heterogênea e vivenciada com menos ou mais qualidade de vida. 7 O modo de envelhecer está diretamente associado ao conjunto de experiências individuais e a vivência positiva ou negativa dependerá da história de vida de cada pessoa. Envelhecer em vida, segundo Salis (2013) constitui uma sabedoria maior que transcende o conhecimento formal, permitindo a eternização do sujeito por meio da expressão de seu poder criador. O autor trabalha a ideia de que se perdeu a coragem de ser o que é, ou seja, de ser autêntico. Como diz Lya Luft “Existir é poder refinar nossa consciência de que somos demais preciosos para nos desperdiçarmos buscando ser quem não somos, não podemos, nem queremos ser”. Ao longo de uma vida inteira as pessoas se desenvolvem sob vários aspectos e ocorrem muitas mudanças em diversos níveis. Nesse processo surge o si mesmo na estrutura psicológica e na consciência, “Jung usou o termo individuação para falar sobre desenvolvimento psicológico, que define como o processo de tornar-se uma personalidade unificada [...], um indivíduo, uma pessoa indivisa e integrada” (STEIN, p.156). Na segunda metade da vida5 , na visão de Jung, há uma mudança da dimensão interpessoal, antes com foco nas conquistas externas na realidade exterior, para um relacionamento consciente com o intrapsíquico, de processos de profundidade interna. Conforme Jung, esse impulso de reestruturação interna tende a ser ameaçador para o ego o que pode acarretar defesas da persona que tentará regredir a fases anteriores, pretendendo ser o que era antes. Persona é utilizado por Jung para apresentar um arquétipo que tem o potencial para se adaptar à realidade exterior e interagir com o mundo. A identidade social dependerá de como o arquétipo será desenvolvido para sua melhor adaptação no meio em que vive; quanto mais rígida a persona mais dificuldade nas mudanças exigidas pelo tempo poderão ocorrer. Reiventar, transformar ou até mesmo abandonar personas que foram utilizadas, devido as exigências da jornada da vida, poderá se tornar uma tarefa árdua para muitos envelhescentes, porém, necessário será romper padrões estabelecidos. 5 Na época, considerada por Jung como um período que abrange a faixa etária de 35 a 50 anos. Atualmente essa faixa etária da crise da meia idade é de 45 a 65 anos e a tendência no futuro, certamente, será do seu adiamento, porém, independente da época, essa fase é marcada como um rito de iniciação à maturidade, conforme o pensamento de Jung. 8 Conforme Aparecida e Ceres (2013, p.123), quanto a criança-velho sábio explana que “Na velhice, é importante a ativação do eixo Puer-Senex pois estas dinâmicas relacionais possuem função vital na maturidade e na velhice, afastando os aspectos negativos do velho senil e inserindo na vivência da velhice aspectos de sabedoria”. Segundo as mesmas autoras, no decorrer do envelhecimento pode haver dificuldades e comportamentos de discordância como continuar presos a posturas do passado, uma forma de recusar e confrontar as leis da natureza, paralisando o processo de individuação. Com a integração puer-senex a pessoa se torna capaz de ser mais plena de si, a energia flui mais naturalmente. Monteiro (2008) afirma também que se um desses polos, Puer-Senex ficar no inconsciente, aumentará a tendência de projetar o que não pertence ao seu dinamismo. Será necessário manter a tensão entre os opostos e reconhecer os conflitos e deixar que se mobilizem, assim será construído um novo modo de funcionamento e de expansão da consciência. Para uma ampliação da consciência, Arcuri (2009), afirma que relaciona com a capacidade de conhecer as várias facetas da personalidade, buscando dentro de si a fonte de conhecimento, inspiração e criatividade. A mesma autora postula que a expansão da consciência pode ser expressa como “o olho do mundo que tudo vê” (Osíris), as questões pessoais são eclipsadas por uma visão de totalidade e universalidade. A metanoia, característica dessa etapa, tem um papel fundamental no processo de individuação que por meio do contato com as potencialidades do inconsciente torna possível a pessoa se aventurar permitindo um mergulho em si mesmo. Jung afirma sobre a individuação: Individuação significa tornar-se um ser único, na medida em que por ‘individualidade’ entenderemos nossa singularidade mais íntima, última e incomparável, significando também que nos tornamos o nosso próprio si-mesmo. Podemos, pois, traduzir ‘individuação’ como ‘tornar-se si mesmo’ (Verselbstung) ou ‘o realizar-se do si mesmo’ (Selbstwerwirklichung) (JUNG, 1978, p.49) A individuação é um movimento de autorrealização, que passa por fases e dificuldades, que exige da pessoa níveis de autoconhecimento. Defrontar com o lado obscuro do psiquismo e lidar constantemente com suas sombras, aquilo que não é aceito, reprimido e buscar acolher o que faz parte da personalidade total do indivíduo torna-se um desafio. 9 As possibilidades desses confrontos intrapsíquicos, que ocorrem na meia idade, indicam uma síntese do que acontece no processo do envelhecimento, que conduz a uma possível atitude de maturidade e transformação. O autoconhecimento indica ser um caminho que pode levar a pessoa a busca da sua autenticidade, de ser sujeito e autor da sua própria vida, acolher o envelhecimento, porém lembrar de ativar o revolucionário dentro de si, com o objetivo de superar preconceitos e barreiras culturais, assim como Paracelso exprimia “não pertença a outrem quem pode pertencer-se a si próprio”. 4 CONCLUSÃO Envelhecer é um fenômeno intrínseco ao ser humano, não havendo a morte, certo está que o envelhecimento virá e as mudanças aparecerão, apesar das modernas ferramentas que burlam seus sinais. Lidar com o próprio envelhecimento preservando a dignidade e autonomia é um processo que exige da pessoa, flexibilidade com as inevitáveis mudanças que ocorrerão nessa fase. A meia idade pode trazer angústia e medo, mas, por outro lado, é uma fase de ativação do potencial de mudança, pode oportunizar um encontro consigo mesmo, um conhecimento profundo com o intrapsíquico, conforme Jung (§221, P.118) “Seguindo o caminho da evolução natural com persistência e coerência é que chegamos à experiência do si mesmo e do simples “ser como é” (Sosein)” . Refletir sobre a meia idade e se tornar mais consciente sobre seus processos internos, reestruturar e definir novos papéis pode fortalecer e transformar esse período de vida em uma fase mais satisfatória e de enfrentamento para uma velhice mais saudável. Reconhecer que é um tempo de grandes aprendizagens, assim como na infância e adolescência. Somar os aspectos positivos do puer, espontaneidade e curiosidade, aos aspectos positivos do senex, compreensão e sabedoria e buscar construir uma persona mais flexível. Buscar o autoconhecimento nessa fase da vida, é atender o chamado do “torna-te quem és”, torna-se imprescindível para uma vida mais plena. Quanto mais alguém se torna consciente de si mesmo mediante o autoconhecimento, mais ampla será sua participação no mundo e o desenvolvimento dos seus potenciais. Para tanto, oportunamente, a realização de terapias nessa fase, promovendo mudança no decorrer do desenvolvimento vital da pessoa envelhescente, como 10 também estudos e pesquisas dirigidos ao tema e criação de programas psicossociais de atendimento específico aos grupos de meia idade, é de suma importância para uma preparação e benefício da pessoa nessa passagem do tempo.



REFERÊNCIAS



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